THEATRE:
Sinopse: O absurdo do mundo do dramaturgo espanhol
Fernando Arrabal não nasce do desespero do filósofo
em busca de penetrar o segredo da existência, mas da absurdidade
dos personagens que vêem a situação humana
com os olhos da simplicidade ou imediaticidade infantil que não
permite uma maior compreensão da realidade do objeto observado.
Também como as crianças, eles sofrem a crueldade
de um mundo como flagelos incompreensíveis. Em Fando e
Lis - peça em 5 quadros - o personagem Fando empurra a
amada Lis, que é paralítica, num carrinho a caminho
de Tar. No caminho, Fando e Lis encontram três senhores
sob um guarda chuva e que também vão na mesma direção.
Enfim, na tentativa de chegar a Tar (que é o lugar aberto
aos nossos anseios de atingir alguma coisa que não o sabemos),
os personagens se movem e se relacionam. O espetáculo
nos mostra, por um lado, a dificuldade de um relacionamento,
através de Fando e Lis e, por outro, por intermédio
dos três homens do guarda-chuva que simbolizam a "inteligência"
de uma sociedade onde o discurso é exaustivo e vazio,
o que o faz quase sempre distanciado da prática. É
dizer que o teatro de Arrabal não tem nada de absurdo,
ou seja, absurdo é o cotidiano da maioria das pessoas
que estão à nossa volta. Arrabal, por sua vez,
apenas coloca em cena este cotidiano. |